quarta-feira, 25 de junho de 2014

Por que meu e-mail não chegou?

Boa pergunta...
Acho que todos nós já passamos por esta situação: ao enviar um e-mail, o mesmo "volta", ou seja, recebemos uma mensagem (quase sempre em inglês, porque os programas e/ou servidores de hospedagem quase sempre possuem sistemas operacionais em inglês, até aí tudo bem...) dizendo que a mensagem não é "entregável" (undeliverable mail) ou algo parecido.


Lembre-se de que os servidores de e-mail (programas e computadores que processam as mensagens entre os usuários) são extremamente rígidos com relação aos endereços. Se você trocar uma só letra ou número, qualquer caractere do endereço, ele NÃO SERÁ RECONHECIDO. Não tem jeito. A comunicação não vai acontecer.
Se ocorreu erro, existem várias possibilidades para isto:

1) você digitou o endereço errado (você tem a informação correta, mas ocorreu um erro de digitação).

2) a pessoa forneceu o endereço errado (a informação já chegou incorreta até você).

3) você entendeu o endereço errado. Aqui temos novamente vários problemas:
- normalmente, você recebe o endereço de e-mail por telefone, cujo áudio não é de boa qualidade. Facilmente se troca "S" por "F" ou outras letras parecidas e, neste caso, o endereço não é compreendido... aqui também podemos considerar pessoas que têm dificuldade de dicção;
- se a pessoa que está informando o endereço de e-mail não tem muita preocupação com o resultado, ela pode dizer, por exemplo, "izabel@email.com.br" (note que ISabel e IZabel se pronunciam da mesma forma e, se não houver o cuidado de frisar "Izabel com Z", o endereço será anotado errado. Note-se que, no Brasil, nomes próprios DEVERIAM ser grafados com "S", quando fosse o caso, mas os cartórios de nosso país não costumam observar esta regra... Mesmo que você soletre o endereço, pode haver confusão.
Uma forma de resolver esta questão seria usar um dos alfabetos fonéticos que existem. Abaixo menciono um deles:

A - ALFA
B - BRAVO
C - CHARLIE (pronuncia-se "TCHÁRLI")
D - DELTA
E - ECHO (pronuncia-se "ECO")
F - FOX (pronuncia-se "FÓQUES")
G - GOLF
H - HOTEL
I - ÍNDIA
J - JULIET
K - KILO
M - MIKE (pronuncia-se "MÁIQUE")
N - NOVEMBER (pronuncia-se "NOVÊMBER")
O - OSCAR (pronuncia-se "ÓSCAR")
P - PAPA
Q - QUEBEC
R - ROMA
S - SIERRA
T - TANGO
V - VICTOR
W - WHISKY (pronuncia-se "UÍSQUE")
X - XADREZ
Y - YANKEE (pronuncia-se "IÂNQUI")
Z - ZULU

Para se dizer números, usa-se os ordinais em vez dos cardinais, trocando-se o zero por "negativo":

1 - PRIMEIRO
2 - SEGUNDO
3 - TERCEIRO
4 - QUARTO
5 - QUINTO
6 - SEXTO
7 - SÉTIMO
8 - OITAVO
9 - NOVO
0 - NEGATIVO

Continuando com as outras possibilidade de devolução de e-mail:

4) O endereço não existe. Para saber se um endereço de e-mail existe ou não, pode-se acessar um dos muitos sites "verificadores de endereço de e-mail" disponíveis no mundo todo. Aqui vou citar o "Free Email Verifier" que, como diz o nome, é um verificador de e-mail gratuito, disponível em http://verify-email.org. para usar o serviço, basta acessar o site, e digitar o endereço de e-mail desejado no respectivo campo e clicar no botão vermelho "Verify" (verificar). Se o e-mail existir, será exibida a mensagem "Result: OK". Se não for localizado, será exibida a mensagem "Result: Bad". Isto é muito útil para que você tire suas dúvidas.

5) O seu computador pode estar com problemas. Verifique se seu computador tem, no momento de envio da mensagem, acesso à Internet, se tudo está funcionando normalmente. Existem alguns antivírus e/ou programas de segurança locais que podem inibir o envio de e-mail se julgarem que algum conteúdo possua vírus ou quaisquer dados perigosos. Neste caso, verifique se a mensagem possui algum anexo e submeta este anexo ao crivo do antivírus. Se constatado que o mesmo possui algum problema de segurança, descarte o anexo.

6) O tamanho do anexo excede o permitido. Seu servidor de e-mail possui um tamanho limite de anexos, normalmente por volta de 10 Mb (dez megabytes).

7) O anexo não é permitido. Note que alguns servidores de e-mail proíbem o envio de arquivos executáveis (programas) e outros tipos em mensagens de e-mail. Se for o caso, você terá que remover o anexo antes de enviar, infelizmente.

8) Seu servidor de e-mail pode estar com problemas. Este servidor pode estar fora do ar ou com problemas de conexão à Internet. Neste caso, somente após a resolução destes problemas é que será possível novamente enviar e-mail.
9) O servidor do destinatário pode estar com problemas ou fora do ar. Neste caso, o destinatário é que está com problemas. Pode ser necessário enviar a mensagem novamente e, desta vez, confirmar com a pessoa (por telefone, por exemplo) se a mensagem chegou ou não.

10) Ainda existe a possibilidade de seu endereço ou domínio (parte do e-mail que vem após o @) estar numa "blacklist" ou "lista negra" de algum serviço de filtro de conteúdo da internet. Neste caso, seu e-mail ou mesmo seu domínio pode ter suas mensagens devolvidas. Se isto acontecer, procure o responsável por seu serviço de e-mail para providenciar, quando possível, a exclusão de seu endereço ou domínio destas listas.


Por fim, lembre-se de que, para haver comunicação através de e-mail, devem ser respeitados todos os elos da seguinte cadeia:

1) o endereço estar correto.

2) o computador do remetente estar funcionando, possuir acesso à internet e liberação da(s) porta(s) necessária(s). Este último requisito ocorre quando se usa programas de e-mail (como Microsoft Outlook, Incredimail, Eudora etc.) e não o Webmail (e-mail diretamente num site da Internet, como a página do Gmail do do Yahoo! Mail).

3) Se houver anexos (arquivos enviados com a mensagem), deverão ser respeitadas as regras de cada servidor. Todos os servidores limitam o tamanho da mensagem. Se não houver anexos, geralmente, o tamanho é bem pequeno. Existem outras regras, como o tipo de arquivo (a maioria dos servidores proíbe o envio de arquivos executáveis - programas - em mensagens de e-mail), por exemplo.

3) O servidor de e-mail do REMETENTE estar funcionando e disponível no momento do envio da mensagem.

3) O servidor de e-mail do DESTINATÁRIO estar funcionando e disponível quando do recebimento da mensagem por este.

4) O destinatário LER a mensagem. Parece óbvio, mas se o destinatário não abrir a mensagem (para isto precisará de um computador, tablet, celular ou qualquer outro dispositivo de leitura conectado à Internet), o ciclo não se completa.

Se qualquer um destes elos for quebrado, não ocorre efetivamente a comunicação por e-mail. Veja que não é tão simples, uma vez que pode ocorrer alguma falha em qualquer fase do processo.

Um abraço a todos!

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Criança é criança!

Nada contra os programas de TV onde as crianças cantam, mas tenho visto alguns exemplos que assustam um pouco. Crianças maquiadas, com roupas que não são de criança, cantando com a voz empostada etc.
Não é que não seja bonito. As mães ficam muito orgulhosas.
Mas me parece que, nos exemplos acima, as crianças não são muito respeitadas. Acabam por mostrar um comportamento aprendido para serem "como adultas". Isto lhes tira um pouco de sua autenticidade e simplicidade.

É muito agradável ver um cantor ou cantora usando técnica vocal, vibrato, expressão corporal, feeling, glissando ou coisas assim. Mas não se pode exigir isto de uma criança de cinco anos. Ela poderá cantar assim quando (e se) quiser.

No Brasil, Estados Unidos e Europa, há programas de TV onde se apresentam crianças de várias idades. Em alguns deles, as crianças cantam com voz de adulto. Algo que impressiona pela beleza, mas descaracteriza a imagem da criança.

Um exemplo curioso, que vem na contramão disto tudo, é o do cantor mexicano Luis Miguel. No final dos anos 70 ele cantava em vários programas de TV como um "sucesso mirim", sua imagem era infantil e a voz também. Não durou muito. Nos anos 90, porém, o mesmo retornou, desta vez cantando boleros e música romântica, já com técnicas vocais que permanecem até hoje.

                        

Criança é Criança!


DSK Bass

Apesar de não ser um baixista, eu gosto muito do instrumento. Tanto que possuo um. Sempre que vou gravar algo no estúdio, acabo usando meu velho e bom baixo. Ocorre que nem todos têm esta facilidade.
Da mesma forma como ocorre com a bateria, pode ser que você precise recorrer a um instrumento virtual.
Felizmente, este não é um som muito difícil de se simular. Existem bons (e caros) instrumentos virtuais de baixo no mercado.
Hoje vou falar de um gratuito. Esta palavra parece atrair muita gente no meio musical.
Testei vários plugins de baixo, mas o que mais gostei foi o DSK Bass, da DSK Music.


Por incrível que pareça, este pequeno instrumento virtual possui vários "presets" de baixo com nomes consideráveis, como Precision, Rickenbacker, Alembic etc.
Basta inserí-lo na sua Estação de Trabalho de Áudio (DAW) e escolher a configuração. 
Para utilizar este instrumento, você deve criar uma pista MIDI e gerar as notas de baixo, que serão reproduzidas no instrumento.
Se utilizar o Reaper, é possível, como em qualquer instrumento virtual, efetuar um "freeze" (congelar) o plugin. Desta forma, sua pista MIDI passa a ser uma pista de áudio e, a partir disto, cabem os processamentos de áudio usuais.
É claro que não se trata de um som maravilhoso de baixo, com todas as nuances que o instrumento proporciona, mas um instrumento simples, que pode ajudar em suas produções, quando não foi possível gravar o baixo propriamente dito.

Abraço do Rato!

domingo, 9 de março de 2014

Quem quer ser um milionário?

Nada a ver com o filme...


Quem nunca sonhou com a fama? Hoje, com  tantos "reality shows", parece ser mais fácil alcançar os tais "quinze minutos"...

Um dos caminhos para a notoriedade é a arte. Em nosso caso, a música.

São inúmeras as histórias de pessoas comuns que se tornaram artistas famosos. Entendo que o talento é indispensável, mas existem muitas pessoas talentosas que nunca se tornaram famosas. Vemos músicos se apresentando na noite sem qualquer destaque na mídia, mesmo nos grandes centros, antes considerados requisitos para o estrelato.

Ocorre que, hoje, existe a tal internet. As pessoas podem gravar seus vídeos, postá-los no YouTube e, em pouco tempo, tornarem-se celebridades. É a democratização da notoriedade (e de outras coisas também).

Você precisa de muito talento musical para gravar um sucesso? Há controvérsias. Creio que, em nosso país, todos conheçam o Deputado Francisco Everardo Oliveira Silva, mais conhecido como Tiririca, que gravou canções de sucesso sem um "grande talento" musical, uma vez que o destaque da obra foi o humor.
Deputado Federal Tiririca

O sucesso depende pouco da arte e muito do mercado.

Uma vez ouvi um maestro em Araraquara, que abordou uma gravadora pelo enfoque do negócio. O importante, do ponto de vista do empresário, seria "fabricar discos" que fossem vendáveis. Por esta ótica, não adianta gravar um artista com um talento incrível, se este não vender. Por outro lado, gravar um outro sofrível que venda milhões é ouro sobre azul.

Aqui se corre o risco do "sucesso a qualquer preço", ou seja, descaracterizando a arte para "caber" no negócio. Deixar de cantar bossa nova e passar ao Forró, porque está "vendendo" (apenas um exemplo). O resultado pode desagradar a todos, inclusive ao empreiteiro. Aliás, se ninguém gostou, já é alguma coisa, porque alguém ficou sabendo!

O que parece ser consenso é a ideia de identidade. Não adianta imitar alguém de sucesso (ainda que exceções não sejam impossíveis), o artista precisa ser "ele mesmo", como dizem. Se o público gostar, ótimo. Se não, existem outras ocupações, não é mesmo?

Interessante é a figura do produtor. Como ninguém nasceu sabendo, o artista precisa ser "conduzido" ao Mainstream (termo que significa a tendência que o mercado artístico deve seguir), que muitas vezes é tomado mais como etiqueta e menos como receita. O produtor pode fazer coisas como ensinar o artista a cantar no microfone. Pode rir à vontade, mas muitos bons cantores não sabem fazê-lo. Cantam próximos demais, ou longe demais, ou não variam a distância quando é preciso, ou pronunciam demais letras "explosivas" (o jargão de mixagem as chama "plosive", em inglês) como "P" e "B", que ficam muito feias quando não cuidadas etc. Há muita coisa a gerenciar. O produtor pode ajudar.
Freddie Mercury cantando

Mas isto é só o começo...

Portanto, talentosos de plantão, preparem-se! A fama os espera!

Abraço do Rato.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Gravar ou não gravar...

Até hoje me impressiono com a reação de quem ouve a própria voz gravada.

Todas as pessoas são assim, estranham a própria voz, simplesmente porque a ouvem "mixada". Isto mesmo. Quando você ouve a voz de uma pessoa, está ouvindo a voz "verdadeira", aquela cuja emissão é proveniente do som gerado pelas pregas vocais (o termo corda vocal não é correto) e demais recursos formadores da voz. O dono da voz, entretanto, escuta uma mistura (mixagem nada mais é que uma mistura) da voz que sai da boca (e vai para os próprios ouvidos) e a voz que chega aos ouvidos por canais internos.



Resumindo: a voz que você ouve não é "sua voz" que os outros ouvem. Quando as pessoas ouvem a sua voz gravada não estranham, é o que estão acostumados a ouvir. Você, entretanto, passa a comparar sua voz gravada (externa) com aquela que conhece (mixada). Daí a estranheza que você experimenta.

Eu também achei muito diferente a minha voz gravada. O fato é que isto aconteceu quando eu tinha sete anos, com o rádio gravador Beltek (acredito que esta marca japonesa não exista mais) que meu pai deu à minha irmã em 1977. Imagine que este aparelho, além de rádio FM, possuía um gravador de fitas K7 ou cassete (coisa que os mais novos nem sabem o que é) com microfone embutido, com a inscrição "condenser mic" - vejam só - o troço tinha um microfone condensador! Aliás, tinha nada, ainda tem e funciona (acredito). Este tipo de gravador é bastante curioso, levando-se em conta que, além da sua voz e todo tipo de ruído no ambiente, grava PRINCIPALMENTE o barulho dos motores que movem a fita e o próprio ruído gerado pelo atrito entre a fita e o chamado "cabeçote". Ou seja, eu tive contato com o barulho desde cedo.

Na década de 70, portanto, não era incomum encontrar um gravador de fita nas residências. Além de brinquedo para as crianças (eu gostava muito), outras finalidades devem ter sido encontradas.

Hoje, entretanto, os aparelhos de som "caseiros" não servem para "gravar" música, mas para executá-la. O microfone, que não era um item tão desconhecido para as pessoas nos anos 70, hoje só é encontrado nas casas de músicos ou quem trabalha com "som ambiente".

Como já deve ser do conhecimento de todos, em nossos dias, a melhor coisa que se usa pra gravar é novamente um item que todos temos em nossas casas: o computador.

Da mesma forma que as fitas cassete armazenavam as gravações, os discos rígidos de computador (ou os CDs e DVDs) são hoje o meio usado para armazená-las.

Hoje, praticamente todos os computadores "caseiros" têm uma entrada de microfone (aquela conexão P2 cor-de-rosa situada no painel frontal ou traseiro do gabinete do microcomputador). 


Exemplo de painel traseiro de computador PC, 
com três conexões de áudio: a verde é asaída 
para fones de ouvido, a azul é a entrada de linha 
(áudio) e a rosa é a entrada de microfone.

Então qualquer pessoa pode gravar? Vejamos...
Para gravar a voz, em teoria, basta conectar um microfone nesta entrada rosa do computador. Este microfone deve ser dinâmico e, é claro, provido de conector compatível com esta entrada.
Deve-se ajustar as configurações de áudio do computador para que se habilite a entrada de microfone e o volume correspondente seja suficiente para captar o áudio. Estas configurações variam um pouco, dependendo do sistema operacional do computador (Windows XP, Windows 7/8, MacOS X, Linux etc.).

Uma vez que o computador esteja recebendo o áudio do microfone, será necessário um programa para capturar este som e transformá-lo num arquivo, a ser armazenado no disco rígido (da mesma forma que se guarda um documento do Microsoft Word numa pasta, por exemplo).
Existem diversos programas para capturar e manipular o áudio, alguns deles são gratuitos. Considere aqui os editores de áudio, que trabalham com o processamento de um ou mais arquivos de áudio e os programas multipista (que são como mesas de som ou mixers virtuais), também conhecidos como DAW (Digital Audio Workstation). Nesta última categoria, se enquadram:
- o famoso Avid Pro Tools;
- Steinberg Cubase;
- Cakewalk Sonar;
- o popular Cockos Reaper. 


Cockos Reaper

Com destaque para este último, com recursos que impressionam o mais exigente dos usuários, com uma licença de uso que pode sair por apenas US$60,00 (sessenta dólares americanos), de longe o menor preço entre todos os programas da categoria.

Uma música pode ser gravada da seguinte forma: 
- cada instrumento (incluindo as vozes) gravado separadamente, com ou sem o auxílio de um metrônomo;
- cada "pista" ou "faixa" gravada é exibida simultaneamente, formando um conjunto;
- o áudio resultante de todas estas faixas unidas (misturadas, mixadas), modificadas e equilibradas entre si a gosto do mixador será o que chamamos de mixagem, ou seja, o produto de todas as faixas de áudio resultando num único arquivo estéreo (com dois canais - esquerdo e direito).

Aqui começa toda a brincadeira.

Abraços do Rato!