terça-feira, 27 de outubro de 2015

Novidade - e-book saindo do forno!

Caros amigos músicos,

Em breve estarei lançando meu e-book "Gravação e Mixagem para Músicos". 

Gostaria muito que prestigiassem este meu novo trabalho.


Um grande abraço a todos!

terça-feira, 26 de maio de 2015

Bateria Virtual simples!

Bateria Virtual Simples com MT Power DrumKit 2!

Poderia ser apenas mais um comentário sobre um novo plugin de bateria, mas preste atenção.

Vamos considerar alguns pontos.

Primeiro, estou falando de Home Studio. Deixemos de lado a opção de ter um estúdio de 10 milhões de dólares, com salas imensas e acusticamente maravilhosas, toda a arquitetura projetada precisamente para ser o mais perfeita possível em termos de áudio... esqueça tudo isto.
Estamos falando numa realidade de pouco dinheiro. Os gringos gostam de dizer "on a budget" para as pessoas entenderem que se trata de alguém que pode ou quer gastar pouco ou nada, se possível.

O MT Power DrumKit é um plugin gratuito, seu download é de pouco mais de 58 Mb (lembre-se de que os plugins de bateria, mesmo os gratuitos, demandam downloads de gigabytes), com uma qualidade inacreditável (digo isto baseado em suas características). O som é bastante agradável, a ponto de querer usá-lo em vez do meu querido DrumCore 3 Free, que é meu plugin oficial de bateria.

Interface do MT Power DrumKit 2

Não posso deixar de informar as limitações:
- o plugin só roda em PC;
- o único formato disponível é VST (até mesmo o DrumCore 3 Free está disponível também em RTAS, ou seja, roda no Pro Tools 9 e anteriores), isto quer dizer que você só conseguirá usá-lo em programas compatíveis com VST como Reaper, Cubase, Nuendo, Sonar etc;
- os sons só podem ser direcionados para oito saídas estéreo (alguns plugins permitem muito mais e mais flexibilidade);
- não existem canais de "overhead" ou "room";

Depois de dito tudo isto, parece que seu uso não vale a pena. Pelo contrário! Veja agora as vantagens:
- interface bastante simples;
- gráfico com as peças da bateria, que auxiliam o usuário a se acostumar com o som e ter uma ideia melhor do funcionamento;
- mixer disponível com direcionamento das peças, controle de volume individual e geral e até um compressor para cada peça;
- sua instalação pode envolver apenas a cópia de dois arquivos (caso do Reaper);
- som já processado, muito interessante e agradável;
- biblioteca de sequências MIDI de introduções, compassos e viradas prontas para serem arrastadas a seu programa DAW.

Em muitos casos, a descomplicação é muito vantajosa. Veja que seu uso envolve apenas criar as tracks no seu programa DAW, inserir arquivos MIDI (que podem ser as próprias sequências disponíveis no programa), direcionar as peças (se desejar) e inserir seus próprios plugins de mixagem.

Vale a pena experimentar. 
O download está disponível em http://www.powerdrumkit.com/download76187.php.

Um abraço do Rato!

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Por que gravar?

Por que gravar?

Uma boa pergunta!
Eu sou do tempo em que toda casa tinha um gravador de fita K7. Você nem sabe o que é isto? Tudo bem, faz tempo.
Inclusive, se você me perguntar por que as pessoas tinham um gravador, eu também não daria uma resposta específica... lazer (vai entender...?), gravar aulas, áudio de programas de televisão (nos anos 70 ainda não haviam os chamados gravadores videocassete ou VCR) ou mesmo guardar notas para ouvir depois. Para você, até os VCR são coisas antigas ou desconhecidas? Eles eram usados para gravar programas de TV ou assistir às fitas VHS. Aliás, as videolocadoras só tinham este tipo de mídia, não havia DVD... Note que, hoje em dia, só grava um programa de TV quem tem este serviço em seu provedor de TV ou um aparelho com a função "time machine" ou coisa parecida...
Estou dizendo isto porque o verbo "gravar" nos lares era uma coisa comum. Gravar áudio e vídeo não era uma tarefa totalmente desconhecida do homem médio.

Hoje vou falar sobre gravar música. Sim, gravar música num aspecto profissional. Atualmente, qualquer pessoa pode gravar uma música. Digo, como artista. Nem precisa ser bom. Aliás...
Você deve ter notado o surgimento de estúdios de fotografia especializados em fazer "books" para clientes pessoa física. Se for levado em conta que, há alguns anos, somente as agências de publicidade contratavam estúdios para fotos em campanhas, vai ficar claro que muita coisa mudou.
Hoje, uma mulher pode contratar o serviço de um estúdio de fotografia para fazer um ensaio particular, para presentear o marido, digamos. Este ensaio não precisa ser público.
Da mesma forma, uma pessoa pode contratar um estúdio de gravação para fazer um CD, não para o mercado fonográfico, mas simplesmente por seu gosto. Para presentear, também (ai).
Se, em outros tempos, o custo destes projetos era muito alto, hoje em dia é possível gravar um CD sem gastar uma fortuna.
Há estúdios pequenos (muitos deles chamados de "home studio", não por serem pequenos, mas por ficar dentro de casa) que fornecem serviços de produção musical, gravação e mixagem. Com isto, já é possível gravar sua música ou seu CD.

Outra coisa que se popularizou foi a divulgação. Antes, não era possível ficar conhecido sem recorrer às rádios (e isto, somente através das gravadoras) e aos programas de TV. Hoje, a mídia mais poderosa de divulgação de trabalho de artistas chama-se Youtube. Isto mesmo. Você pode recorrer ao Youtube sem gastar um tostão e ficar famoso e/ou rico. Claro que isto não é fácil. Mas pode ter certeza de é que muito mais fácil e barato que com os meios "tradicionais". Isto é uma pulga atrás da orelha dos empresários do show business, também...

Talvez não seja sua meta ser um artista de sucesso, mas não dá uma vontade de experimentar? Você é aquele cantor da rodinha dos amigos com um violão? Se as pessoas te ouvem nessas rodinhas, é bem provável que também queiram ouvir de uma maneira mais "legal".

Existem estúdios que trabalham com unidades móveis, ou seja, levam os equipamentos até você, para fazer o trabalho da gravação no seu espaço, onde você, com certeza, se sentirá mais à vontade para cantar e/ou tocar.

Assim, não é de se espantar que você ouça dizer que um amigo seu gravou um CD. Você mesmo poderá ter seu próprio. Experimente!

Se precisar do Rato, entre em contato pelo e-mail paulo@kinouchi.com.br.

Abraço do Rato!

sábado, 10 de janeiro de 2015

O Lobão e os pouquinhos

O Lobão é mesmo uma figura... poucas vezes apareceu na nossa cultura alguém tão polêmico e divertido... é uma pessoa de opinião forte. Precisamos de gente assim, hoje em dia. Na música, também merece respeito. Criou coisas boas e fez muito sucesso. Difícil quem tenha uns quarenta anos e não se lembre de "Lobão e os Ronaldos". Claro que mudou muito, assim como tudo, como diria Guilherme Arantes.
Lobão

Hoje em dia, ele gosta de criticar o pessoal da Tropicália... não deixa em paz Caetano Veloso, Gilberto Gil e, principalmente, Chico Buarque.

Em algum nível, todos somos criticáveis. E as críticas nem sempre são negativas.

Como dizem em Araraquara, opinião é como c***, cada um tem a sua. A minha (acho que posso revelar, pelo menos aqui no meu blog...) me diz que alguns compositores brasileiros de música popular (cuidado com a armadilha de se dizer "Música Popular Brasileira", que não tem quase nada de popular) valorizam esta terra de tal forma que é difícil não reverenciá-los. Citarei apenas alguns, para não cometer (muita) injustiça: Ivan Lins, Djavan, Tom Jobim, Chico Buarque e João Bosco. 

Djavan criou não se sabe como uma coisa chamada "Capim" que é desconcertante. Eu jamais havia ouvido semelhante métrica, aliada a uma letra incrivelmente "encaixada" e uma harmonia inquestionável. Uma obra prima. Uma pérola. Daquelas de se mostrar aos gringos e dizer "dá boca pra você?", E o pior de tudo é que ouvi esta canção, pela primeira vez, na boca dos gringos Manhattan Transfer. Ou seja, não há brasileiros gravando esta coisa mágica, mas os estrangeiros não perdem a oportunidade.
E esta é apenas uma das canções formidáveis de Djavan, um fenômeno que, pelo menos até bem pouco tempo atrás, não sabia escrever na pauta. Explico-me: o cara não sabia escrever a representação musical que se faz com clave de sol etc. Djavan é, alem de cantor, compositor e instrumentista, arranjador. Agora você pode estar se perguntando: "como uma pessoa que não sabe escrever na pauta pode ser arranjador"? Simples, ele faz os arranjos, guarda tudo na cabeça (nem se assuste com as centenas de composições que já estão lá...) e depois pede a um copista que faça a partitura, baseando-se no "pá-pá-pá" que ele faz com a boca... simples, não?

 Djavan


Acredito também que não exista neste país (ou no mundo) intérprete semelhante a Caetano. Com sua voz que vai da preguiça da bossa nova até um grito, cantou lindamente suas inúmeras canções, que se tornaram referência dessa tal MPB, como também outras pérolas de diversos artistas. Aliás, é quem mais merece colocar as letras MPB na camisa (baby, leia na minha camisa...), porque chegou a cantar até a "dança da motinha". Foi até vaiado. Mas veja que aqui está um grande astro que não tem preconceito nenhum! Não é coerente que alguém que alegue fazer parte da "Música Popular Brasileira" aceite que existe mais no "popular" do que supõe sua vã filosofia? Podem acusá-lo de muita coisa, mas não de ser preconceituoso.

Caetano Veloso

De Chico Buarque nem há muito o que falar. As mesmas coisas surpreendentes que Djavan faz com melodia e harmonia este faz com temas que quase não se acredita de onde vieram. Chico fala intimamente de pobreza sem nunca ter sido pobre. Fala com propriedade da mulher na mesma situação. Isto sem falar nas harmonias que, olhando para o artista, parece que vieram de outra pessoa. Fantástico. Se Roberto Carlos é um E.T., Chico Buarque chegou antes...

Chico Buarque

Portanto, creio que o Lobão, em que pese todo o respeito que lhe é devido, considerando a importância que tem na cultura brasileira em todos estes anos, poderia usar a potência de sua convicção e a capacidade de angariar seguidores para algo mais relevante.